© Sónia Godinho


        Zia Soares é encenadora e actriz. No seu trabalho, que se desenvolve entre a África e a Europa, experimenta obsessivamente a construção de dramaturgias novas enraizadas em poéticas de oralidades e (in)corporalidades divergentes, onde o verbo é manifestação de imagens — imagens que encarnam, que não imitam nem reproduzem, mas que actuam.         
        Das suas mais recentes encenações destacam-se O riso dos necrófagos, de sua autoria, coprodução Teatro GRIOT, Culturgest, distinguido como Melhor Espetáculo 2021/2022 no âmbito do Premio Internazionale Teresa Pamodoro (Milão, Itália); FANUN RUIN, de sua autoria, coprodução Fundação Calouste Gulbenkian, Sowing_arts; Pérola sem rapariga, encenação e direção de Zia Soares, texto de Djaimilia Pereira de Almeida, coprodução Sowing_arts, Teatro Nacional D. Maria, apap FEMISNIST FUTURES.

       A convite do Excelentíssimo Senhor Presidente da República Portuguesa, Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, em 2022, Zia Soares integrou o programa “Mulheres de Coragem”. Nesse mesmo ano foi distinguida pela Associação de Mulheres Empreendedoras Europa/África na área da Representação. Nos anos 2021 e 2022 a Bantumen Powerlist distinguiu Zia Soares como uma das 100 personalidades negras mais influentes da lusofonia.

        Zia Soares é filha de mãe angolana e pai timorense, nasceu no Bié, Angola, em 1972, frequentou a Licenciatura de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o Mestrado de Artes Cénicas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Passou pelo ballet e percussão com a Companhia de Ballet Nacional da Guiné-Bissau, pelas artes circenses com a Amsterdam Balloon Company dos Países Baixos e pelo teatro com o Teatro Praga, tendo sido uma das fundadoras da companhia onde desenvolveu projetos como diretora, encenadora e atriz, criou e dirigiu as primeiras performances produzidas e interpretadas exclusivamente por mulheres negras em Portugal, “Gestuário I”, produção INMUNE (Instituto da Mulher Negra em Portugal) e “Gestuário II”, coproduçao INMUNE/ BoCA Biennial of Contemporary Arts, é diretora artística do Teatro GRIOT desde a formação da companhia.  
        Zia Soares é a primeira mulher negra diretora artística de uma companhia de teatro em Portugal. 
        Zia Soares é também cofundadora do projeto Sowing_arts, estrutura que promove projetos com particular enfoque nos cruzamentos das artes com as questões da interseccionalidade, da botânica, do ecofeminismo e agroecologia e da ciência e tecnologia.

         Em cinema, trabalhou com João Botelho, Avelina Prat, José Barahona, António Castelo, Pocas Pascoal, Pedro Filipe Marques. Zia Soares foi pré-selecionda para os Prémios PLATINO de Cinema Ibero-Americano 2025 como Melhor Interpretação Feminina Secundária no filme Sobreviventes de José Brahona, uma produção DAVID & GOLIAS.
Ministra oficinas de Artes Performativas nos PALOP e junto às comunidades negras da área metropolitana de Lisboa, e intervém como conferencista e palestrante convidada em eventos diversos promovidos por entidades do meio artístico e académico.
        Zia Soares é uma artista apoiada pela apap – Feminist Futures, Programa da Europa Criativa da União Europeia.         



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©Sofia Berberan, Marta dos Santos
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© Estelle Valente
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